Pequim – onde mora a história imperial chinesa
Para fechar minha passagem pela China segui rumo a Pequim. Depois da ótima visita a Xian peguei novamente um trem noturno agora com destino a Pequim.
Eu tava lá esperando mais uma viagem entediante quando passa um chinês e fala que é estudante de inglês e que estava com um grupo amigo dele e se eu não queria ir lá trocar uma idéia com eles. Fui na hora.
Foi muito interessante poder conversar com um pessoal jovem para entender melhor o que é a China. Me perguntaram daonde eu era, ficaram admirados de eu ser do Brasil e estar viajando sozinho numa volta ao mundo. Perguntaram coisas do Brasil, da minha viagem, dos lugares que já tinha passado. Eu perguntei sobre a China, sobre a censura, como era viver num país tão controlado e na verdade eles não enxergavam assim. Quando você já nasce sob controle e censura parece que é normal, é o mito da caverna de Platão, você só acredita naquilo que conhece ou deixam você conhecer.
Curioso como eles ficaram indignados quando eu disse que a China invadiu o Tibet. Aí eles não gostaram, falaram que não, que o Tibet sempre foi da China, que eu não sabia o que tava falando, daí eu fiquei quieto. É a típica coisa que as nações entram em disputa e cada lado tem certeza que está correto. Mas poder conversar com esse pessoal foi uma experiência ótima.
Pequim
A imensa capital chinesa é obviamente muito grande mas também muito moderna. Isso é uma característica que chama a atenção na China. As cidades são uns colossos gigantes com obras para todos os lados e com ânsia de modernidade. Hotéis, prédios comerciais, avenidas recém inauguradas, parece que os chineses estão desesperados para deixar o atraso do regime comunista para trás, apesar de todo o controle ainda ser do partido comunista.
Fiquei num hostel numa região com muitos hotéis e prédios comerciais, perto do metrô o que facilita muito em Pequim.
Praça da Paz Celestial – Tiananmen
Logo de manhã saí cedinho para ir até a cidade proibida e claro que também visitei a praça em frente que em 1989 teve um episódio famoso quando estudantes e trabalhadores chineses fizeram protestos que foram violentamente reprimidos causando a morte de centenas de pessoas no que ficou conhecido como o Massacre da Praça da Paz Celestial.
Uma imagem correu o mundo quando sozinho e desarmado um único estudante parou uma fila de tanques de guerra.
A praça em si não tem nada demais mas ela acabou virando um símbolo da luta pela liberdade, mesmo que na própria China não tenha dado resultado. Para mim que era criança e vi pela televisão essa imagem foi emocionante estar naquela praça.
Na praça também ficam o Mausoléu de Mao Tse Tung, o Museu Nacional Chinês e próximo dali o Grande Teatro Nacional.
Cidade Proibida
Esse complexo de palácios imenso foi a casa dos imperadores chineses durante cinco séculos. Além de morada dos imperadores também era a base do governo. O nome cidade proibida se deve ao rígido controle de segurança imposto pelos imperadores onde a entrada ou saída do complexo por pessoas além da família imperial eram raros.
Em termos arquitêtonicos a cidade é uma jóia. Seus palacetes, templos e praças são belíssimos e magníficos representantes da genuína arquitetura chinesa. O palácio é patrimônio da humanidade desde 1987.
Hoje visitar a cidade proibida também é um exercício de paciência. Ele é de longe o mais concorrido ponto turístico da China e ao vistá-lo você literalmente irá ver um mar de pessoas por todos os lados. Isso não tira o brilho do lugar que é realmente espetacular.
Templo do Céu
Para completar minha visita a Pequim decidi visitar o maior complexo de templos taoístas da China, o Templo do Céu. Construído pela dinastia Ming era usado para pedir por boas colheitas e agradecer os bons resultados obtidos. Ele é grande não no número de templos mas na área utilizada. É composto de três construções maiores espalhadas por um parque e tudo isso é conhecido como Templo do Céu.
Ele fica dentro do parque Tiantan Gongyuan e os prédios principais são a Sala de Oração para as Boas Colheitas que fica no norte e ao sul o Altar Circular e a Abóbada Imperial Celestial.
Fora dos muros do templo o parque Tiantan Gongyuan também é muito bonito e vale a pena ser visitado.
Com meu pouco tempo em Pequim não pude visitar outros lugares mas como eu já escrevi antes eu vou voltar a China de qualquer maneira pois o país é incrível e precisa ser explorado ao máximo. Não faça como eu e quando for a China fique o máximo tempo que seu visto permitir.