Atenas – levaram até as ruínas
Cheguei a Atenas para ver as espetaculares ruínas do que é considerada a civilização que moldou toda a cultura ocidental. Foram os gregos que deram luz a idéias e conceitos usados por nós até hoje.
Seus filósofos, poetas, dramaturgos, escultores e mesmo a política deixaram um legado para a humanidade impressionante.
Eu não tinha muito tempo em Atenas, pois na sequência ia trabalhar em Creta, então iria visitar apenas a parte principal da cidade. Incluso a atração mais famosa: a Acrópole, com seus templos milenares sendo o mais famoso o Partenon.
Estádio Panatenaico, Templo de Zeus
Cheguei a tarde e já fui bater um rango. E logo de cara já caprichei e fui direto numa Mussaca. A culinária grega é excelente. Ela tem influência turca e é regada a muito, mas muito azeite, por isso é muito saborosa e saudável, já que comem pouca carne (vi isso de verdade em Creta).
Passei pelo Templo de Zeus (o que sobrou dele na verdade), fugindo de um tiozinho mala que queria a todo custo ser meu guia.
Continuei batendo perna e fui até o primeiro estádio olímpico dos tempos modernos: o estádio Panatenaico. Na verdade esse estádio sempre foi utilizado para jogos, desde os antigos jogos das Panateneias. Já foi reformado várias vezes, a última para os primeiros jogos olímpicos da era moderna.
Ali foram realizadas várias provas na primeira Olimpíada moderna em 1896. Foi ali também que o Vanderlei Cordeiro de Lima ganhou a medalha de bronze na Olimpíada de 2004, depois que aquele padreco filho da puta o atrapalhou.
Acrópole, Museu da Acrópole
Amigos, vocês sabem que alegria de pobre dura pouco. Acordei cedinho, tomei meu café, a Acrópole era pertinho do hostel, subi a pé todo animado e quando chego no portão:
Palhaçada! Greve! E era o único dia que eu tinha para visitar. Ou seja, fiquei sem visitar a Acrópole. A Acrópole é cercada mas tem uma área que dá para xeretar e tirar umas fotos. Para não ficar totalmente com cara de bunda, fui até lá, e não é consegui umas belas de umas fotos?
Como a Acrópole estava fechada parti para o Museu da Acrópole. Esse museu foi criado para uma melhor conservação de toda a área da Acrópole além de contar a sua história.
Para dentro dele foram movidas as Cariátides, as colunas em forma de deusas que sustentam o templo de Erecteion (nome sugestivo hein?). O fato é que no templo hoje estão réplicas, pois a poluição de Atenas as estavam danificando.
Um fato curioso é que no museu estão somente 5 Cariátides, a que está faltando está no British Museum e tem uma pendenga entre os gregos que solicitaram a Londres para que fosse devolvida, o que até agora foi negado. Quando fui a Londres eu vi essa Cariátide solitária lá e registrei.
Daí que na exposição no museu da Acrópole em Atenas o espaço dessa Cariátide tá reservado só esperando os Ingleses devolverem, olha só:
Aliás esse é um dos grandes problemas do Museu da Acrópole. As mais belas peças, frisos, ornamentos, foram todos saqueados através dos séculos.
Quem já visitou o Louvre e o British Museum viu que lá tem coleções maravilhosas de arte grega e no próprio museu da Acrópole só sobrou os cacos. O legal do museu é que ele conta toda essa história tanto em vídeos como em maquetes e peças refeitas em gesso. O incrível friso do Partenon é um exemplo do quanto se perdeu.
Essa situação se espalha por todo o museu. Para ser justo é preciso dizer que isso é culpa dos próprios gregos que por séculos deixaram todo esse patrimônio abandonado.
Daí quando ingleses, franceses e italianos chegaram lá e viram aquelas obras incríveis se estragando pegaram e levaram embora. Esse aliás é o principal argumento dos ingleses para não devolverem a Cariátide. Mas hoje, no caso específico das Cariátides que foram completamente restauradas pelos gregos, não se justifica mais.
Plaka
Saindo do museu decidi dar uma volta por Plaka, bairro colado a Acrópole e ao meu hostel. Esse bairro tem o espírito e a cara da Grécia, com a mais antiga rua do país, quiçá do mundo, a Adrianou, que está lá desde a antiguidade. É uma área boa para comer, tomar uma cerveja ou vinho e apreciar o movimento.
A região é lotada de bares e restaurantes e eu acabei experimentando um já conhecido prato para nós brasileiros mas com um toque (e nome que não lembro agora) grego.
Eu não tinha muito mais tempo e precisava descansar pois ia acordar muito cedo para pegar meu voo para Creta, para trabalhar numa fazenda. Mas ainda vou ter que voltar a Atenas para ver a Acrópole. Desta vez sem greve!