Praga – Conferindo as tchecas
É engraçado como certas traduções para o português não condizem com a realidade, pois não existe uma pessoa que visitou Praga e diga que ela seja como define o dicionário: “Expressão com que se exprime o desejo de males a alguém; imprecação, maldição”. Pelo contrário, se te jogarem em Praga você se deu bem!
Cheguei a Praga debaixo de chuva, aliás o clima ficou chuvoso durante todo o tempo que fiquei na cidade.
Da rodoviária peguei o metrô e pra comprar o bilhete já vi que o povo não “habla inglixi” mas eu também não falo direito… E nesse trajeto meu objetivo era analisar as tchecas.
Calma, estou falando das mulheres tchecas como um todo, pois a fama é de que as mulheres tchecas são das mais lindas do mundo.
E tem muita mulher bonita realmente, mas sabe como é a relação expectativa/realidade, pensei que o metrô seria um desfile da Victoria Secrets e foi mais um desfile de saída de algum telemarketing.
Praga é uma cidade barata se comparada as capitais européias e por isso mesmo fiquei num hostel de ótima relação custo benefíco. Depois de um bom tempo, finalmente um chuveiro de verdade!
Daqueles grandões que por aqui chamam de rain shower. No Brasil rain shower é mais comum quando eu jogava bola na rua.
Logo de cara saí pra dar um rolê e é impossível não se encantar com essa cidade.
Rio Moldava, Centro Histórico, Ponte Carlos, Relógio Astrônomico
O rio Moldava ou em tcheco, Vltava (não sei como pronuncia isso não) corta a cidade e basta escolher um lado do rio e caminhar apreciando a bela vista.
O centro histórico de Praga é patrimônio da Unesco e merece. Misto de prédios góticos, romanos, renascentista, com bairro judeu e o incrível Castelo de Praga imponente na colina, a história de invasões e domínios da cidade milagrosamente combinou tudo numa harmonia perfeita.
Dei um rolê pela beira do rio, cruzei a ponte Carlos e fui até a praça da Cidade Velha para fazer uma coisa de turista “crássico”, ver o cuco do relógio astrônomico.
Não é bem cuco, aparece de hora em hora uns santos, toca uma musiquinha e um monte de turista tira foto, inclusive eu.
Mas o relógio em si é muito bacana. Pra matar a fome, experimentei tipo um presunto de Praga assado a lenha com direito a pegadinha.
O maluco anuncia o preço mas quando você vai pagar é umas 3 vezes mais.
Que porra é essa? Ah, aquele preço é pra 100 gramas, aqui tem umas 300. Então tira metade que eu tô de regime.
Claro que eu não tô mas não quis pagar só de raiva!
David Cerny
Pesquisando sobre Praga uma coisa que me chamou muito a atenção foram as obras do artista tcheco David Cerny.
Esse cara tem várias esculturas espalhadas pela cidade, todas muito originais, provocativas e lindas e vale muito a pena fazer um tour pela cidade para registrar as obras do cara. Eu rodei a cidade atrás das esculturas. O bom é que além de fantásticas você não paga nada pra vê-las. Dá uma olhada como são aí embaixo:
Castelo de Praga, Catedral de São Vito, Old Royal Palace, Golden Lane
O que chamam de Castelo de Praga na verdade é todo um bairro. Tem áreas onde é permitido visitar de graça e em outros é preciso pagar. Dá pra fazer um pacotão e pagar pra ver tudo o que é cobrado. Eu fui a imponente Catedral de São Vito, ao Old Royal Palace, o palácio da família real, ao museu do Castelo de Praga, a Golden Lane que é uma ruazinha medieval e a Torre Daliborke onde tem armaduras medievais e instrumentos de tortura (que lindo…).
Casinha na Golden Lane… e você reclamando da sua quitinete
Checando as Tchecas
Quando cheguei à noite no hostel encontrei um malaio, que agora não lembro o nome (eu tenho esse problema), o cara tinha só um dia em Praga e resolvemos sair pra tomar uma.
Após uma boa breja tcheca ficamos sabendo de uma projeção de luzes e música sobre uma igreja, o Signal Festival. Era parecido com o que tinha visto em Berlim. Olha a palhinha:
Depois da projeção emendamos uma balada em Praga, acabamos numa baladinha de rock na praça Venceslau, o rock por lá tá meio caído também viu gente, lá tinha um israelense tirando selfie com todo mundo, pediu pra tirar foto com a gente e ficou falando que israelense é boa gente.
Esse tava com a consciência pesada.
Voltando da balada a gente passa em frente um lugar com uns desenhos como sendo casa de strip, todo preto, uns neons, tava na cara que aquilo era um puteiro.
E como bom oriental, o meu amigo malaio, jogou um verde, o que será que é isso aí, será que é strip mesmo e tal.
Eu sempre digo que pra saber se um puteiro é bom, lá dentro tem que ter um japonês e um cara dormindo.
Se não tiver isso vira as costas e vai embora. Eu já tava levando o oriental, se tivesse um cara dormindo lá dentro já garantia que o lugar era animado.
Doce ilusão. Entramos no inferninho e pra começar tava completamente vazio. Só tinha as tchecas que nem eram essas coisas (se é que eram tchecas mesmo) e olharam pra gente com aquele olhar de leoa correndo atrás da zebra pra garantir o jantar.
No segundo passo nosso, a balconista nos chama e põe um menu no balcão apontando: Here! Mas não era um menu de bebidas, era o menu da putaria.
É, europa é organizada, tem menu de putaria. Tinha preço de strip, strip privado e um outro nome que pelo preço se sabia o que era.
Olhando em volta daquele muquifu, pagar pra ir pra qualquer salinha, só me veio a mente acordar numa banheira com gelo, sem um rim e ligando pro consulado brasileiro dizendo que não sabia onde tava.
O malaio teve a mesma sensação pois olhamos pra cara um do outro já sabendo que íamos dar no pé.
Mesmo com as supostas tchecas nos chamando com os dedinhos vazamos rapidinho antes que a máfia tcheca ou russa faturasse algum com esse meu rim velho de guerra.
Senado Tcheco e Parque Petrin
Dia seguinte eu tava meio de ressaca mas ainda deu para visitar o Senado Tcheco que é bem peculiar e um rolê pelo Parque Petrin que subi até o topo na raça pra curar a ressaca.
Para finalizar uma foto que já virou um clássico de Praga, a casa dançante.
Apesar que aqui no Brasil, em qualquer favela, tem casa mais torta que essa e ninguém liga.
