Bangkok – divina loucura
Bangkok a cidade do pecado e da loucura! Hollywood botou isso na nossa cabeça mas será que é verdade?
Depois de rodar por Myanmar durante um mês e fechar com um trekking sensacional nas montanhas de Hsipaw chegamos a Tailândia e a porta de entrada foi Bangkok.
Bangkok seria uma verdadeira base daqui pra frente pois ela funciona como um hub no país e no sudeste asiático.
Eu iria ir e voltar várias vezes para Bangkok.
Acontece que Bangkok é porta de entrada da maioria dos milhões de turistas que vêem para a Tailândia e a sua capital reúne quase tudo o que a Tailândia tem de melhor e pior. Comida boa, cultura fascinante, animação, povo simpático e turistas ensandecidos com preços muito baixos, putaria, praias paradisíacas, bebedeira e outras cositas más.
A união perfeita para a explosão que faz de Bangkok uma cidade pulsante.
Khao San Road
Na primeira passagem cheguei com o Miquel e fiquei perto da Khao San Road, a rua dos mochileiros. Essa rua não pára nunca e não é jeito de falar. O Brasil é bom de festa e animação, isso é inegável, mas essa rua nem o carnaval brasileiro chega perto.
De dia o movimento é intenso nos camelôs, lojinhas, thai massagens com e sem happy end, barraquinhas de comida e a noite os bares abrem com música alta, dança de rua, baladas e muita bebida no meio da rua, tudo misturado a turistas do mundo inteiro, ladyboys, thai doidos num mixer agora e sempre.
Isso todo santo dia. O ano inteirinho. É o verdadeiro 24/7. Sem parar, sem descanso, num fluxo incessante. Nunca vi nada igual. Olha aí embaixo como estava numa terça feira qualquer.
https://www.youtube.com/watch?v=Ydr_YhQ8QKg
Rambuttri
Coladinha tem uma segunda rua também agitada mas com um charme maior: a Rambuttri. Saem os bares com som no talo e entram barzinhos bem decorados, bons restaurantes e a boa comida de rua tailandesa. É uma rua bem charmosa e muito mais civilizada se comparada a louca Khao San.
Como íamos para outras partes da Tailândia também era hora de dar um ajeitada na viagem. Como lá no começo perderam minha mochila eu precisava comprar algumas coisas. Fomos para a região de compras da cidade onde ficam os shoppings dos populares que vendem de tudo como o MBK até os de luxo como o Paragon que ficam na mesma região: Siam.
Para isso pegamos um meio de transporte dos mais baratos que são os barcos que navegam pelos canais de Bangkok. Cortado pelo rio Chao Phraya, Bangkok tem uma rede de canais enorme que se espalham desde o centro até a periferia da cidade.
Grand Palace
Nessa primeira parada ainda fui sozinho ao maravilhoso Grand Palace o antigo palácio real tailândes construído no século XVIII e casa do rei até o século XX.
É um verdadeiro complexo com palácios, prédios governamentais e templos de arquitetura única, a riqueza dos detalhes de cada prédio é sensacional. O destaque maior fica por conta do templo que abriga o buda de esmeralda, muito importante para todo o povo tailândes de maioria budista.
Templo do Buda de esmeralda
Wat Pho
Ao lado do Grand Palace fica um dos mais importantes templos de Bangkok o Wat Pho. Um complexo de templos, monastérios, pagodas, imagens centenárias de budas e até é possível fazer massagem.
Depois de uns dias em Koh Chang voltamos para Bangkok. Dessa vez ficamos no final da rua Rambuttri apenas para poder curtir um pouco a noite e depois meu amigo Miquel decidiu ir para o Laos mas meu caminho seria para o sul em Krabi.
Mas voltei mais uma vez e foi ainda melhor. Conheci pela internet a Air, uma menina tailandesa e saí com ela durante esses dias. Além de ser uma pessoa muito bacana com ela conversava sobre tudo e pude conhecer melhor Bangkok e a cultura tailandesa.
Silom, Parque Lumphini e Bar de Cobertura
Nessa passagem fiquei na região de Silom e gostei muito. Fácil acesso ao skytrain, o metrô de superfície de Bangkok e pertinho do principal parque da cidade o Lumphini. Ainda fui com ela a uma verdadeira obsessão na cidade: um rooftop bar.
Rooftop bar ou bar de cobertura é uma verdadeira mania em Bangkok e a cidade é cheia deles. Fomos ao Cloud 47 um bar de cobertura sem frescura de dress code muito legal que não te cobra o olho da cara. Recomendo!
Rua Patpong
Num cruzamento da avenida Silom fica um mercado a céu aberto na rua Patpong. Seria mais um mercado de rua normal de Bangkok com uma exceção, na mesma rua é cheio de bares de strip tease. O mais curioso é que esses bares são abertos, você tá andando na rua e dá pra ver a mulherada no pole dance lá dentro.
Então de um lado um monte de bugiganga, gente andando pra lá e pra cá e do outro mulher quase pelada rebolando num pau. Tá aí a doideira. Daí fui na rua de trás e foi ainda mais estranho. Na calçada ficam grupos de massagistas com cara das que oferecem happy end, todas uniformizadas chamando quem passa na rua. E são todas sincronizadas, parece um concurso de pescaria com a mãozinha caçando turistas.
Na região também têm bares com os famosos ladyboys ou loverboys como diz meu amigo Paulinho. Corre a lenda no mundo que são tão parecidos com mulheres que não é possível identificar se é homem ou mulher. Eu como brasileiro que vê travesti desde a época do Bolinha identificava todos.
Na verdade você encontra ladyboys a todo momento em Bangkok pois eles não estão escondidos da sociedade. Você encontra trabalhando em shoppings, como caixa no metrô, no ônibus e por toda a Tailândia se tem uma tolerância muito grande a eles. E a sociedade não desabou nem acabou com a tradicional família tailandesa.
De domingo se espalha pela cidade as feiras. Em Silom fecham a avenida e enchem de barraquinhas vendendo principalmente comida mas outras bugigangas também. Existe muito forte essa cultura de rua, comer na rua, comprar na rua, até no estacionamento do shopping montam feirinhas. Eles adoram.
Visitei outros mercados como o da Monument Victory, comi um boat noodle e peguei até um cineminha. Pude conhecer a Bangkok real e não somente a doideira para turista. E foi nesses dias que me apaixonei pela cidade.
Bangkok é uma megalópole, multicultural, vibrante e tolerante. Mesmo com problemas que toda cidade grande possui, como um trânsito infernal, ela tem personalidade única e recebe as pessoas de qualquer lugar do mundo de braços abertos.